terça-feira, 20 de abril de 2010

Livros publicados por Angélica Sampaio

O primeiro livro que lancei foi de poemas em prosa, "Êxtase" (1ª edição ) em 1998. No ano seguinte a 2ª edição foi publicada, só que desta vez com comentários de Rachel de Queiroz na contracapa do livro.
Em 2001, já cursando a Faculdade de Letras na Uece, publiquei o livro Iraguacy, a morena índia do sertão", romance indigenista no qual retrato o cenário cearense dando ênfase a aspectos de nossa história e geografia locais. Esse livro foi prefaciado pelo também escritor cearense, José Batista de Lima.
A seguir temos poemas que estão inseridos no livro Êxtase e um capítulo do livro Iraguacy...
Assim você terá ideia do que está contido em ambos: poemas de amor em forma de paixão e capítulos de aventura e determinação.
Templo Sagrado (pág. 19)
O meu corpo é um templo sagrado.
Sim! Ele é um lugar santo.
Só reza nele quem eu quero e amo tanto...
... O meu corpo deseja somente o teu para realizar o nosso ritual...
As curvas do meu corpo são como labirintos de prazer e amor
profano.
A minha boca na tua canta um amor de um século distante: um
amor apaixonado.
O teu corpo no meu reza e proclama um louvor envoltente,
enlouquecedor e sem igual.
O teu olhar no meu é como um feitiço imortal de deuses medievais.
Teu beijos me envolvem e alucinam como um dilema de sedução e
paixão.
Teus braços envoltos em meu corpo traspassam a nossa energia
mágica de amor e sedução...
O meu corpo é um templo sagrado...
Sim! Ele é um lugar santo e por ti amado.
Só reza nele quem eu quero e tanto amo.
Quem eu quero e amo és tu, por isso te venero. No meu corpo,
meu templo sagrado... teu pecado... minha santidade.
Obsessão (pág. 95)
Como posso não desejar teus lábios grudados aos meus
Se tua boca o meu nome chama.
Como posso não querer tuas mãos em meu corpo
Se ao mínimo toque do teu corpo no meu o sinto vibrar.
Como devo olhar para os teus olhares maliciosos
Se neles há um magnetismo de sedução.
Como devo tentar não querer teus braços
Se sinto falta de teus abraços a me envolver com ternura.
Como eu poderia não enlouquecer de paixão
Se toda a minha estrutura fica abalada quano escuto tua voz.
Como não querer teus carinhos
Se minha pele ao tocar a tua fica arrepiada de ardente desejo.
Como não viver esta paixão inconsequente.
Se é impossível separarmos nossos sentimentos, nossos desejos e
corpos.
Como não nos envolvermos nesta louca emoção se ela já virou
obsessão.
Capítulo XIV - O prenúncio do perigo (pág. 55)

Depois de saciarem-se com os frutos da terra, a tribo Quixara prosseguiu o seu caminho. E, para trás, ficava no horizonte as serras azuis que tinham acolhido eles por dois sóis e duas luas.
No decorrer do percurso as macambiras que cresciam sobre as pedras, eram vistas compondo lindíssimos arranjos naturais. O solo pedregoso indicava a proximidade tão esperada do vale.
As rolinhas sacudiam suas asas e cobriam-se de areia alegremente. Os galos-campinas no alto das cajazeiras saboreavam as cajás sorvendo com seus bicos o sabor acre . Tudo passava-se naturalmente em harmonia...
No pico do aracuipe, Japê notou um movimento suspeito na caatinga. A tribo estava descansando abaixo dos cajueiros que a essa época iniciavam o floramento para a próxima estação. Abarauê e Necy conversavam sem nada observarem de estranho, o velho Pajé e Abajara descansavam deitados nas redes armadas debaixo das árvores. Iragauacy sentiu que Japê estava com o olhar da salamandra a espreita do bote fatal. E assim, a bela índia aproximou-se do bravo guerreiro e sondou o que se passava:
_ Japê , o que há estranho?
_Não sei, Iraguacy, ouvi estalidos de galhos a se quebrarem no chão. Espie o lugar e nada vi. Mas, sinto que algum bicho nos espiando como um...
(47) macambira: vegetação rasteira que nasce entre e sobre as pedras da caatinga.
(48)Aracuipe: Do tupi significa meio-dia.

2 comentários:

Anna disse...

Menina, já estive com seu livro Iguaracy em minhas mãos, acho que foi o Batista de Lima que me mostrou, não me recordo. Parabéns por seu talento. Não o abandone nunca, viu?
Um abraço,
Annalies.

Anna disse...

Ops, desculpe, o nome do livro é Iraguacy.
Um abraço,
Annalies.