segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Quem disse que adolescente não lê ou não escreve?

Vivemos num mundo confuso, onde a regra mais usual é criar estereótipos, rótulos, moldagens e modelagens que oprimem, amordaçam, transformando conjuturas e especulações em verdades quase absolutas.
Em relação aos jovens, é comum ouvirmos que eles, hoje, não querem aprender, que não leem e não escrevem, que não pensam. E, a partir daí, colocamos em seus ombros a responsabilidade que não assumimos quando nós éramos os jovens: a de mudar o país e o mundo. E não faltam desculpas para eximir os adultos que um dia foram jovens, pelo país que temos hoje, pela situação em que vivemos atualmente. Antes, a culpa era dos militares, depois passou a ser da democracia, depois da globalização, da internet, do mundo virtual, etc. Culpados nunca faltam. Desde que não sejamos nós.
Quem disse que adolescente não lê ou não escreve? Conheço inúmeros que fazem essa crença parecer leviana ou mesmo ridícula.
A Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF, na intenção de cumprir um importante papel social através da literatura, firmou uma parceria com o Colégio Antares fundamental, o qual já desenvolvia um projeto literário consistente no lançamento anual de uma antologia escrita pelos seus alunos, e criou o Concurso Jovem Escritor Acadêmico.
Os alunos do colégio, entre o quinto e nono ano, apresentaram diversos textos – a fazerem parte da antologia a ser publicada – os quais foram submetidos à apreciação por uma comissão julgadora da AMLEF, que escolheria os três primeiros lugares de cada série.
A culminância do projeto se deu com uma noite para o lançamento da antologia e a entrega da premiação dos alunos que participaram do certame literário. O resultado desse certame foi maravilhoso. Alunos e alunas escreveram contos, poesias, contos fantásticos, fábulas, revelando jovens talentosos e criativos que merecem ser incentivados e estimulados. Portanto, é tempo de renovar a esperança. Deixemos de reproduzir estereótipos negativos para a nova geração e vamos assumir a missão de incentivá-los, apoiá-los, porque, como dizia Monteiro Lobato: um país se faz com homens e livros.
O Concurso Jovem Escritor Acadêmico também foi desenvolvido no âmbito de uma escola pública, cujo resultado não demorará.
Parabéns ao colégio Antares Fundamental por se aliar à Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF, e aos alunos participantes desse projeto.
Viva a literatura!
Grecianny Cordeiro
Promotora de Justiça