terça-feira, 18 de junho de 2013

Já paramos para pensar, agora é ação...

Por que somente agora se tenta a todo custo tentar melhorar nossas vias de acesso ao estádio que receberá os jogos da copa das confederações e do mundo? Há mais de vinte e cinco anos a democracia chegou ao nosso país, mas alguns problemas se perduram por décadas. Somente agora o trajeto nas cidades-sede da copa à locais antes esburacados, sem infraestrutura e nenhuma manutenção são em parte melhorados, em tese maquiados. Mas essas obras que os bons engenheiros têm que concordar que não passam de gambiarras, de arremedos de obras. Cadê as obras de mobilidade, os investimentos em saúde e educação que deveriam vir junto com os gastos exorbitantes com as obras aos estádios e melhorias em seu entorno? Enquanto isso a população agoniza junto a filas em espera a um atendimento de qualidade, crianças, adolescentes e jovens vivem a mercê de uma educação de baixa e péssima qualidade e não me venham dizer que a culpa é apenas do sistema educacional e que os professores são mal formados e mal remunerados... Isso já virou desculpa esfarrapada de um governo que percebe de uma só vez que a população acordou.
Não digo fora de tempo, mas com um pouco atraso, mas antes tarde do que nunca para se libertar da massa opressora de um governo que diminui salários dos que realmente produzem com suor e força e aumenta-se os ganhos de quem nada faz a não ser corromper e demandar desvios e falcatruas, da mídia que muitas vezes quer apenas dar ênfase e apresentar o lado do vandalismo e da depredação. Certo que os movimentos que agora ocorrem e se espalham por todo o país traz pessoas do bem e que só querem o melhor para o Brasil, mas venhamos e convenhamos que nenhum movimento pode conduzir e impedir que em meio as reivindicações pacíficas estejam inseridos membros que em nada contribuem a não ser para denegrir a força de um movimento com base na indignação e na vontade de melhorar, de lutar pelos direitos.
Quem são então os vândalos, os bárbaros, os baderneiros? Não seria vandalismo, barbaridade, baderna saquear os cofres públicos, rir da cara do brasileiro enquanto se manipula a população de que o grito de luta é apenas por R$ 0,20 numa tarifa pública de transporte? Não, não é apenas por isso. Todo o dinheiro que advém das massas que trabalham devem ser revertidas em prol dessa mesma gente. Gente que espera há mais de 20 anos de democracia que ela chegue de verdade, gente que aguarda que apenas não fique no papel os projetos belíssimos que outrora foram promessas de campanha. 
Infelizmente, em meio a tudo isso, não se enganem, alguém ou alguns irão tirar proveito. Aguardem! Quando a poeira baixar, as ruas forem limpas e o povo se iludir com novas promessas... Grupos políticos e não políticos se aproveitarão para fazer suas conclusões, suas defesas e já prepararem seus discursos demagogos e entusiasmados para compor suas plataformas de campanha. 
O que se espera, minha gente é que o povo entenda que essa luta que agora se instaura é a ponta do iceberg que eclode em meio a nação. O povo pacífico que a tudo acatava sem nada dizer, apenas engolindo e engolindo agora não apenas regurgita, mas vomita literalmente o que já não suporta mais... Na história desse país outra lutas já foram as ruas e outros movimentos já nasceram e morreram... Entretanto, que fique bem claro, temos o direito de protestar por uma sociedade mais justa e igualitária, mas não podemos depredar o patrimônio público que também é nosso... Não devemos nos esquecer que essa luta não pode e não deve ser instaurada em prol desse ou daquele partido político... Não! Não! Não! Essa luta é do povo e o povo revoltado não possui partido, filiação, é apenas POVO que luta por um BRASIL que "verás que um filho teu não foge à luta"... Depois de tudo não sei o que virá... Mas saibamos que é uma manifestação democrática e por dias melhores... Porque se não nos manifestarmos agora a conta, meus queridos ficará cara ainda mais para nossos herdeiros... que somente herdarão uma empresa falida, saqueada, cheia de dívidas e credores a porta a cobrar... E os cobradores? Quererão apenas o que lhes é de direito.
ANGÉLICA SAMPAIO