quinta-feira, 17 de maio de 2012

                                       Bienal Internacional do Livro do Ceará 
A décima edição da Bienal Internacional do Livro do Ceará já tem data e local para reunir milhares de interessados em conhecer as novidades do mercado de livros e literatura. O evento será realizado em Fortaleza de 8 a 18 de novembro, no novo Centro de Eventos do Ceará. Com o tema “Padaria Espiritual – O Pão do Espírito para o Mundo”, a Bienal do Livro irá prestar uma homenagem aos 120 anos do movimento artístico que escandalizou a pequena Fortaleza do final do Século XIX com o humor, o talento e a ousadia de um grupo de escritores, pintores e músicos que promoveram intensas atividades de renovação artística e literária. O evento foi lançado na noite de ontem, 15, pelo secretário da Cultura, Francisco Pinheiro, no Palácio da Abolição, na presença de autoridades e personalidades do universo literário cearense.
Em uma iniciativa inovadora, pela primeira vez a Bienal Internacional do Livro do Ceará terá a presença de um Prêmio Nobel de Literatura. O escritor e dramaturgo nigeriano Wole Soyinka, vencedor do Prêmio em 1986, será um dos homenageados da Bienal e virá a Fortaleza para participar do evento. Também já estão definidas homenagens ao poeta, ficcionista e ensaísta cearense Rafael Sânzio de Azevedo, Doutor em Letras pela UFRJ, com tese sobre A Padaria Espiritual e o Simbolismo no Ceará, e membro da Academia Cearense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 1, cujo patrono é Adolfo Caminha; e ao norte-riograndense José Cortez, ex-lavrador, que saiu do sertão e, através da literatura, se tornou um dos principais editores do Brasil, tendo fundado a Editora Cortez.
Além da homenagem à Padaria Espiritual, a Bienal celebrará ainda os 90 anos da Semana de Arte Moderna, e os Centenários do Rei do Baião, Luiz Gonzaga; dos escritores Jorge Amado e Nelson Rodrigues; e do cantador e violeiro Joaquim Batista de Sena, legítimo representante da poesia popular nordestina.
O palco desta festa do livro e da literatura também é uma agradável novidade para os freqüentadores da Bienal, que será realizada já no novo Centro de Eventos do Ceará. No total, serão disponibilizados 23 mil metros quadrados de área utilizada, aumentando em 40% a área de estandes e em 100% a área de circulação e de acessos em relação à edição anterior. Com isso, a organização da Bienal estima dobrar o número de visitantes, chegando a um público de 600 mil pessoas durante os dias da Feira.
Para todos os interesses Uma ampla e diversificada programação está sendo montada para permitir à X Bienal Internacional do Livro contemplar o maior número possível de interfaces com a literatura. Para tanto, serão promovidas mais de 500 atividades entre palestras, mesas-redondas, lançamentos de livros, exposições, shows líteromusicais, cineclubes, colóquios, convenções e debates. As atividades serão realizadas nos diversos espaços montados, entre eles o Espaço Cordel, o Café Java, o Espaço Jovem, o Espaço Infantil e o espaço Oca – Ana Miranda, entre outros.
Ainda dentro da homenagem à Padaria Espiritual, os estandes, salas, salões, auditórios e cafés receberão nomes alusivos aos “padeiros”, como eram chamados os membros do grupo, que serão ainda homenageados serão representados por atores e bonecos, que se juntarão aos visitantes. Uma exposição no Memorial da Padaria Espiritual, montada com acervo do Museu do Ceará, Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel e Instituto Histórico e Geográfico do Ceará levará livros, roupas e artigos pessoais dos padeiros e atas recém-encontradas da Padaria. O setor será acompanhado por  estagiários e instrutores dos núcleos educativos do Museu do Ceará e Arquivo Público e por alunos das escolas profissionalizantes do Estado.
Nos espaços destinados à exposição e venda de livros, as principais editoras nacionais e locais apresentarão seus produtos em uma moderna e acolhedora infra-estrutura a ser montada no local. São esperados mais de 100 mil títulos, que ficarão expostos em quatro setores distintos: 1) Espaço das Editoras Cearenses, reunindo as editoras do Ceará e dando oportunidade aos editores do Estado exporem seus catálogos para o público visitante; 2) Rede Nordeste do Livro, Leitura e Literatura, espaço destinado às editoras do Nordeste; 3) Editoras Universitárias, espaço conjunto para comercialização da produção acadêmica das editoras universitárias brasileiras e latinoamericanas; e 4) Espaço das Editoras Nacionais e Internacionais, em uma área destinada à exposição de livros de editoras nacionais e internacionais.

Evento democrático

Com visitação gratuita diária das 9 horas às 22 horas, a Bienal Internacional do Livro do Ceará fará uma forte ação de aproximação com os alunos da rede pública de ensino. Está prevista a presença de cerca de 20 mil alunos da capital e do interior em projetos de visitação escolar, o dobro da última edição da Bienal, além de professores e agentes de leitura. Para estimular ainda mais o interesse do público infanto-juvenil pela leitura e facilitar o acesso ao livro, a Secretaria da Cultura irá promover a distribuição da Notinha Legal, no valor de R$ 10,00 (dez reais), com a qual as crianças das escolas públicas e comunitárias poderão comprar livros no evento. No total serão 20 mil notinhas, totalizando R$ 200 mil em incentivo a 20 mil alunos da rede pública de ensino, que concorrerão às notinhas por meio de edital ainda a ser lançado e que terá a Bienal como tema. Já os professores das escolas públicas e os alunos de escolas profissionalizantes serão beneficiados com o CardLivro, cartão de crédito para aquisição de livros.
A X Bienal Internacional do Livro do Ceará é uma realização do Governo do Estado do Ceará por meio da Secretaria de Cultura, em parceria com o Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC) com incentivo da Coelce por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
• X Bienal Internacional do Livro do Ceará
Data: 8 a 18 de novembro de 2012
Local: Centro de Eventos do Ceará – Fortaleza (CE)
Horário de Visitação: das 9 horas às 22 horas
Entrada gratuita

Fonte: Site da Secretária de Cultura do Estado do Ceará. Acesso em 17/05/2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu assisti e recomendo Área Q - o filme. 

A estreia foi no dia 13 de abril (sexta-feira) e no domingo 15, eu já estava na fila do cinema para conferir Área Q.
Apesar das críticas ao filme resolvi eu mesma tirar minhas conclusões. Sai do cinema com a sensação de ter assistido algo além do que eu esperava. Então, constatei que valeu a pena. A produção, não resta dúvidas, teve vários apoios e, perpassa a extensa lista de colaboradores antes do início da trama, mas até aí tudo comum para produções locais que necessitam de patrocinadores.
Em relação a linguagem, o filme desencadeia uma série de linguajar popular, típico do sertanejo, mas que em alguns personagens, deixa claro o sotaque advindo de outro estado misturado ao do cearense, assim como intercala falas em Inglês com legenda em Português. 
A mesclagem de espiritismo e aliens é que causa um certo sincretismo ao que tange as crenças e valores religiosos, espirituais e até mesmo ao ceticismo, pois há ainda os que em nada creem. Mas, talvez tenha sido essa a pequena lacuna que tenha dado margem a algumas críticas, pois para muitos, acreditar em OVNIS beira quase a ser um ato de muita fé, já que não há constatações específicas bem claras a respeito da existência ou não destes seres extraterrenos em nossa esfera global (pelo menos que tenham sido repassadas a nós como fato e não apenas como especulação de mentes férteis). O paralelo messiânico de que há sempre alguém para salvar a Terra de suas mazelas e do apocalipse é também um tema recorrente, assim como uma amostragem espírita em relação aos desaparecimentos do personagem João Batista. Ao desaparecer deixa-nos duas dúvidas: veio a falecer e depois passou a ser visto por alguns mais sensíveis e mediúnicos ou simplesmente foi abduzido por seres de outro planeta.
Enfim, no meio de toda essa dualidade de interpretações, resta-nos pensar o que quisermos e neste ponto o filme como obra ficcional encontra seu ponto de apoio, pois o que seria de nós, pobres mortais, se não pudéssemos vez ou outra ganharmos asas e voarmos em direções imaginárias e fora do lugar comum. É notório que há relatos em toda a região formada pela tal área Q composta por algumas cidades do sertão cearense, tais como: Quixadá, Quixeramobim, Quixelô e Quixerê de supostos avistamentos de objetos voadores não identificados e de luzes que circulam pelos céus do Vale Monumental. Sendo fruto desse local não posso deixar de mencionar que tudo isso gera pontos de mistificação e de muitas perguntas e poucas respostas.
Naquelas paragens muitas pessoas já vislumbraram esses objetos e deram  depoimentos intrigantes. É claro que alguns são bem plausíveis e outros não. Em relação ao aspecto de apelo turístico indagado como estratégia para cativar novos frequentadores àquelas terras, creio que seja pouco respaldado, pois estas cidades não fomentam destes subterfúgios turísticos,  religiosos, alienígenas ou de qualquer outra espécie para atrair interessados, pois as belezas naturais e outros aspectos já tornaram Quixadá, por exemplo, nacionalmente e até mundialmente famosa por outros atributos como possuir a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras - Rachel de Queiroz, entre outros aspectos que não cabem aqui serem mencionados. Alguns comentam que essa especulação não passa de jogada política para chamar a atenção dos olhares curiosos. E se for? Qual é o problema? Afinal se nada é feito pelos governantes para atrair o turismo há críticas e se alguma movimentação é realizada também comentam, então deixem o povo falar, pois o importante é estar na mídia.
Existem outras críticas falhas (pelo menos ao meu ver), por exemplo, em relação ao vento localizado ao redor do personagem João Batista antes de seu desaparecimento. Ora, veja bem, lá estou eu,  caminhando a ermo por uma estrada e, de repente, percebo um vento somente sobre mim e não ao redor do espaço pelo qual faço o trajeto. O que faço? Fico apavorada, pois seria mais do que natural que toda a vegetação ao redor estivesse sendo sacudida por  correntes de ar ou outros fenômenos naturais, mas não, o ar só está em movimento em um ponto localizado: sobre mim. 
Enfim, deixemos as críticas de lado e que venham outros filmes e produções que promovam nossa terra, nossa gente e tudo o que temos de bom e de melhor. Deixemos essa "miserável cultura" de que tudo o que tem que ser bom deve vir de fora e o que é nosso não presta, é apenas  mais um querendo se amostar (bem no nosso linguajar). Como podemos provar que somos capazes de criar e de perpetuar esse hábito se nós, somos os primeiros a jogar a primeira pedra? Maturidade cultural é acatar coisas novas mesmo que estas sejam intrigantes e fora do comum. Afinal o que seria da arte em geral se não tivesse a incrível capacidade de nos tirar do chão (literalmente)?
Até a próxima...