quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu assisti e recomendo Área Q - o filme. 

A estreia foi no dia 13 de abril (sexta-feira) e no domingo 15, eu já estava na fila do cinema para conferir Área Q.
Apesar das críticas ao filme resolvi eu mesma tirar minhas conclusões. Sai do cinema com a sensação de ter assistido algo além do que eu esperava. Então, constatei que valeu a pena. A produção, não resta dúvidas, teve vários apoios e, perpassa a extensa lista de colaboradores antes do início da trama, mas até aí tudo comum para produções locais que necessitam de patrocinadores.
Em relação a linguagem, o filme desencadeia uma série de linguajar popular, típico do sertanejo, mas que em alguns personagens, deixa claro o sotaque advindo de outro estado misturado ao do cearense, assim como intercala falas em Inglês com legenda em Português. 
A mesclagem de espiritismo e aliens é que causa um certo sincretismo ao que tange as crenças e valores religiosos, espirituais e até mesmo ao ceticismo, pois há ainda os que em nada creem. Mas, talvez tenha sido essa a pequena lacuna que tenha dado margem a algumas críticas, pois para muitos, acreditar em OVNIS beira quase a ser um ato de muita fé, já que não há constatações específicas bem claras a respeito da existência ou não destes seres extraterrenos em nossa esfera global (pelo menos que tenham sido repassadas a nós como fato e não apenas como especulação de mentes férteis). O paralelo messiânico de que há sempre alguém para salvar a Terra de suas mazelas e do apocalipse é também um tema recorrente, assim como uma amostragem espírita em relação aos desaparecimentos do personagem João Batista. Ao desaparecer deixa-nos duas dúvidas: veio a falecer e depois passou a ser visto por alguns mais sensíveis e mediúnicos ou simplesmente foi abduzido por seres de outro planeta.
Enfim, no meio de toda essa dualidade de interpretações, resta-nos pensar o que quisermos e neste ponto o filme como obra ficcional encontra seu ponto de apoio, pois o que seria de nós, pobres mortais, se não pudéssemos vez ou outra ganharmos asas e voarmos em direções imaginárias e fora do lugar comum. É notório que há relatos em toda a região formada pela tal área Q composta por algumas cidades do sertão cearense, tais como: Quixadá, Quixeramobim, Quixelô e Quixerê de supostos avistamentos de objetos voadores não identificados e de luzes que circulam pelos céus do Vale Monumental. Sendo fruto desse local não posso deixar de mencionar que tudo isso gera pontos de mistificação e de muitas perguntas e poucas respostas.
Naquelas paragens muitas pessoas já vislumbraram esses objetos e deram  depoimentos intrigantes. É claro que alguns são bem plausíveis e outros não. Em relação ao aspecto de apelo turístico indagado como estratégia para cativar novos frequentadores àquelas terras, creio que seja pouco respaldado, pois estas cidades não fomentam destes subterfúgios turísticos,  religiosos, alienígenas ou de qualquer outra espécie para atrair interessados, pois as belezas naturais e outros aspectos já tornaram Quixadá, por exemplo, nacionalmente e até mundialmente famosa por outros atributos como possuir a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras - Rachel de Queiroz, entre outros aspectos que não cabem aqui serem mencionados. Alguns comentam que essa especulação não passa de jogada política para chamar a atenção dos olhares curiosos. E se for? Qual é o problema? Afinal se nada é feito pelos governantes para atrair o turismo há críticas e se alguma movimentação é realizada também comentam, então deixem o povo falar, pois o importante é estar na mídia.
Existem outras críticas falhas (pelo menos ao meu ver), por exemplo, em relação ao vento localizado ao redor do personagem João Batista antes de seu desaparecimento. Ora, veja bem, lá estou eu,  caminhando a ermo por uma estrada e, de repente, percebo um vento somente sobre mim e não ao redor do espaço pelo qual faço o trajeto. O que faço? Fico apavorada, pois seria mais do que natural que toda a vegetação ao redor estivesse sendo sacudida por  correntes de ar ou outros fenômenos naturais, mas não, o ar só está em movimento em um ponto localizado: sobre mim. 
Enfim, deixemos as críticas de lado e que venham outros filmes e produções que promovam nossa terra, nossa gente e tudo o que temos de bom e de melhor. Deixemos essa "miserável cultura" de que tudo o que tem que ser bom deve vir de fora e o que é nosso não presta, é apenas  mais um querendo se amostar (bem no nosso linguajar). Como podemos provar que somos capazes de criar e de perpetuar esse hábito se nós, somos os primeiros a jogar a primeira pedra? Maturidade cultural é acatar coisas novas mesmo que estas sejam intrigantes e fora do comum. Afinal o que seria da arte em geral se não tivesse a incrível capacidade de nos tirar do chão (literalmente)?
Até a próxima...